Vontade
desesperada de que essa dor vá embora, essa dor criada e alimentada em
fundamentos contraditórios que esfregam em minha cara as minhas falhas como
sendo ridículas e merecedoras de lástima e castigo, dor criada no orgulho de
que não me é permitido falhar, de que a mim cabe a função de cumprir todos os
horários, ter sempre na ponta da língua as palavras certas para o momento certo
e de acordo com a personalidade do meu interlocutor, orgulho de Eva de
conseguir agradar e fazer feliz a todos, corresponder sempre as expectativas,
que traz consigo o medo de não ser aquilo que você esperava que eu fosse e
então não servir, não ser importante e nem constituir os pensamentos e
lembranças de ninguém por ser assim tão efêmera. Orgulho de querer ser Aquele
que era, é e sempre será, como se a qualquer um de nós fosse possível a
perfeição atributo único.
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